sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Por que cursar Psicanálise? II

Sobre a ESCOLA DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO,
e nossa mestra, Débora Damasceno

"Recordar: do latim re-cordis
Retornar a passar pelo coração"
Eduardo Galeano em O livro dos Abraços

Passa pelo meu coração a memória gratidão dos dias em sala de aula, no curso de Psicanálise ministrado por Débora Damasceno. Minha vida se faz cada vez mais viva de tanto que eu existo e gosto de existir, de tão presente que é este agora, "pés no chão e cabeça nas estrelas".

Primeiro eu aprendi sobre o acolhimento e sobre olhos atentos e leves para ouvir. Assim fui recebido por lá.

Aprendi sobre o semblante de quem não espera nada de você e, na perspectiva do bom compartilhar, abre um infinito de possibilidades e caminhos a sua frente.

Aprendi que Freud é encantador e que tudo nele é só um começo de jornada. Cada dia ou tema do programa de aulas era, sobretudo, uma descoberta de nós mesmos, um universo.

Aprendi o exercício de ouvir profundo e estar presente, por me sentir profundamente ouvido e presentificado, reconhecido em minhas fragilidades e potências. Eu não imaginava o quanto isso faria toda a diferença em minha atuação e sucesso como profissional da área.

Aprendi na oportunidade da prática na Clínica Social e no meu processo terapêutico que só a teoria não nos coloca em movimento, mas que o SENTIR torna o saber mais vivo, valoroso e gostoso de trocar.

Aprendi que a paixão, a ética e o bom humor devem andar juntos, como numa valsa ou num bom samba de raiz. Tudo enquanto é didática se torna mais leve, porque o prazer ensina mais do que a razão. Penso que é por isso que eu e meus pacientes nos divertimos muitas e muitas vezes.

Minhas aulas extracurriculares foram em piqueniques no Ibirapuera, viagens divertidas e desafiadoras, almoços "orgastronômicos", músicas reveladoras, filmes polêmicos e prosas, muitas prosas entre gargalhadas, silêncios e descobertas. Verdadeiros exercícios de humanidade, com direito a abraços pessoas e um bom tanto de fraternidade.

Por fim, infinito começo, na Escola de Psicanálise de São Paulo compreendi, confirmei e ancorei na vida que aprender é viver com gente, se comprometer com o humano, ler, pesquisar muito e trocar sempre. É aceitar o risco, o erro, o tempo de cada coisa e pessoa. É NÃO aceitar mais, quando necessário. É poder se curar quando não fugimos do conflito e nos transformamos com ele, porque temos apoio verdadeiro para mergulhar no inconsciente e superar tantas repressões e traumas. É ter esta coragem por dentro pra levar nos dias.

Isto é o que hoje consigo definir como amor, no seu sentido mais concreto.

Sendo assim, na Escola de Psicanálise de São Paulo, APRENDER foi e sempre será um eterno "recordar", deixar passar pelo coração. Porque como muitas e muitas vezes nos afirmava a nossa mestra Débora Damasceno, Sigmund Freud diz que:
" A PSICANÁLISE É , EM ESSÊNCIA, UMA CURA PELO AMOR."

Luciano Costa,
psicanalista, escritor e contador de histórias,
é pai de Pedro e casado com uma borboleta

Conheça e compartilhe www.escoladepsicanalise.com.br 

Psiquiatra diz que a medicina transformou comportamentos normais em doença

Segue link de matéria divulgada na Folha de S. Paulo sobre psiquiatra que afirma que a medicina transformou comportamentos normais em doença:

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/11/1366864-psiquiatra-diz-que-a-medicina-transformou-comportamentos-normais-em-doenca.shtml

Recomendo a leitura!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Render-se...

No processo de terapia o paciente melhora aceitando e compreendendo suas dificuldades e medos.

Aprende que seus medos e suas ansiedades derivam de situações de vida muito primitivas, que não existem mais, exceto em sua imaginação. Se ele puder render suas defesas a estas situações, poderá sentir a libertação dos medos, ansiedades e culpas que limitam seu ser.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Por que cursar Psicanálise?

A época das festas com todas as suas luzes e sons sempre me traz a mente o deslumbramento que a utilização da eletricidade causou quando dominamos a produção da lâmpada elétrica, e a nossa fascinação, na era industrial, quando máquinas hoje consideradas obsoletas realizavam o trabalho de mil homens, sem sua arte, mas também sem suas falhas.

Desde a invenção da roda a tecnologia tem nos fascinado! Quer a natureza dos nossos medos, no entanto, que utilizemos das ferramentas tecnológicas não como uma extensão de nossas capacidades mas como muletas para as nossas crescentes deficiências. Assim sendo temos telas cada vez mais sensíveis ao toque numa sociedade em que as pessoas, carentes desse mesmo toque, se tornam cada vez mais insensíveis e monitores com altíssima definição para impressionar olhos incapazes de contemplar, por exemplo, a beleza de um dia de chuva... A tecnologia que deveria ser nossa liberdade se tornou nossa escravidão.

Nesse contexto se faz mister que nos voltemos não para o que nós sabemos mas para o que somos. Nesse momento crucial da história precisamos recuperar nossa humanidade: perder o medo de acalentar nossos bebês, deixar de agredir a natureza que nos deu origem, e reaprender a amar. Precisamos reconhecer que além de seres racionais e tecnológicos nós somos uma alma, que para além das nossas mentiras e medos somos crianças que anseiam por poder viver com prazer.

E para tanto, precisamos de ajuda. O Psicanalista é hoje o profissional capaz de ter uma compreensão histórica, biológica e social da nossa condição humana, de com sua falsa neutralidade nos levar a refletir sobre as verdades absolutas ou as mentiras absurdas as quais aderimos para sobreviver, de com sua humanidade recuperada, oferecer uma mão cálida e um olhar tranquilo capazes de nos fazer sentir renascer.

Vivemos num mundo carente de quem nos desafie a ser melhores do que estamos sendo. Estamos vivendo num mundo carente de Psicanalistas.


Publicado originalmente em Escola de Psicanálise.
Blog: ossentidosdoprazer.blogspot.com - Débora Damasceno     

sábado, 27 de abril de 2013

Despertar...

Não há despertar de consciência sem dor.
As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma.
Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.
(C.G.Jung)


Quando se fala da alma, é preciso poder penetrar suavemente. Com uma palavra, um gesto, um sinal, um olhar. Um aperto de mão. Um silêncio, por que não?
Tente...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Silêncio...

O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: " Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.  

( Rubem Alves - psicanalista, educador e escritor).

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Novo Ano

" Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."
                                                    ( Carlos Drummond de Andrade )




Bons Sonhos em 2013.  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Psicanálise e os Contos de Fadas

Segundo a Psicanálise, os significados dos contos de fadas estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo do seu amadurecimento emocional. Os contos de fadas dão validade a sentimentos importantes da criança, alimentam suas esperanças e reduzem a angústia, transmitindo importantes mensagens à mente consciente, pré-consciente e a mente inconsciente seja em que nível for que cada uma esteja funcionando no momento. Essas histórias falam ao ego que está desabrochando e encorajam o seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que aliviam pressões pré-conscientes e inconscientes.

A mensagem que os contos de fadas transmitem à criança de forma variada é a de que é inevitável uma luta contra dificuldades graves na vida, elas fazem parte da existência humana, mas que, se a pessoa não se intimidar e enfrentar as provações inesperadas e injustas, ela dominará todos os obstáculos e ao final emergirá vitoriosa.

Os contos de fadas levam muito a sério as angústias e dilemas existenciais das crianças e se dirigem diretamente a eles: a necessidade de ser amado e o medo de ser considerado sem valor; o amor pela vida e o medo da morte.

A maior contribuição dos contos se dá em termos emocionais, propondo-se e realizando quatro tarefas: fantasias, escape, recuperação e consolo, sempre falando aos medos internos da criança, às suas ansiedades e ódios, medo de rejeição, conflitos edipianos, rivalidades com irmãos, ou sentimentos de inferioridade.

Os contos aliviam as pressões exercidas por esses problemas, favorecem a recuperação, incutindo coragem na criança, mostrando que é sempre possível encontrar saídas. O final feliz nos contos de fadas encoraja a criança a lutar por valores amadurecidos e a uma crença positiva na vida.

Por isso, conte histórias, leia histórias, presenteie com bons livros. Isso enriquecerá e encantará a vida de uma criança...