terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sentir-se Amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d' água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.
Martha Medeiros        

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mudar...

Mudar não é fácil e em qualquer situação pressupõe tensão de forças, desestabilização e desafio que nos tiram da zona de conforto. Porém, são esses mesmos elementos que nos mobilizam para novas formas de agir e pensar, nos impelindo para a ação.
Em qualquer mudança é preciso aprender a lidar com perdas, é preciso aceitar que a vida é feita de escolha e não existe escolha perfeita, não existe vida perfeita, sempre haverá falta em nosso caminho. Escolher implica em deixar de lado o que não foi eleito, se arriscar, errar, viver...
Para se sentir inteiro e feliz com a vida a pessoa precisa compreender e deixar de procurar satisfação completa e total na vida.

 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Simples Assim!

Você já pensou na possibilidade de fazer tratamento psicanalítico, ou seja, fazer terapia? Você sabe quando precisa procurar ajuda?
Fazer terapia é útil quando vivemos uma crise pessoal, quando perguntas são acumuladas e não encontramos respostas, somente uma angústia não se sabe por que, e por isso acabamos atribuindo a outros responsabilidades que na verdade são nossas. É comum a pessoa vir à terapia na posição de vítima, que nada tem a ver com o que lhe acontece, a culpa é do destino, do chefe, mãe, marido, filhos, a lista é enorme...
O trabalho do analista é ouvir e mostrar ao paciente sua responsabilidade por seus sucessos e também por seus fracassos, o analista ouve o discurso, interroga sobre as lembranças, sonhos, ajudando a pessoa a descobrir seu desejo inconsciente.
Procurar tratamento na terapia não significa sinal de loucura, e sim a oportunidade para elaborar o pensamento, possibilitando através da fala revelar seus sintomas e assim, livrar-se do que o incomoda. A análise é o caminho para a pessoa organizar seu discurso e sair do labirinto do seu próprio desejo. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Viver...sem culpa!

Tudo o que escrevo vem do que leio, ouço e sinto. Depois de ler um texto sobre moralidade resolvi escrever sobre este tema, por entender que a forma como ela nos é ensinada faz com que todas as coisas na nossa vida se tornem uma imensa culpa.
Vivemos sempre entre o que é moral e imoral, entre o que é certo e errado, e essa dualidade faz com que tenhamos sempre a sensação de culpa, de que algo está errado conosco.
A vida não conhece nem o certo nem o errado. A vida é totalmente amoral, quer dizer não é nem moral nem imoral. A vida precisa ser aceita em sua totalidade, nada deve ser negado, nada deve ser reprimido.
Você sempre será atraido pelo que é belo. O corpo humano é composto por milhares de células, e cada célula é um ser sexual. Onde quer que haja beleza haverá sexo. O todo de uma vida é um fenômeno sexual.
Quando a pessoa nega o sexo, nega o que é belo, nega a vida, por isso se sente culpada, porque no fundo da sua alma tudo o que foi reprimido permanece.
Se entregue aos simples prazeres da vida: dançar, cantar, ouvir o canto dos pássaros, sentir a beleza das flores...e viva a vida sem medo de ser feliz!  

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Recomendo a leitura!

Entrevista com o psicanalista Plinio Luiz Kouznetz Montagna, diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise, trazendo uma reflexão interessante sobre a psicanálise nos dias de hoje.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/981118-da-neurose-de-ontem-ao-narcisismo-de-hoje.shtml


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Adultos Saudáveis

Os desejos infantis que vemos nos sonhos e fantasias exercem grande poder no nosso inconsciente, influenciando o comportamento na vida adulta. São esses desejos infantis que dificultam nosso crescimento, com expectativas impossíveis de serem realizadas. Crescer exige tempo e pode demorar muito até alcançarmos o equilíbrio entre o sonho e a realidade.
O senso de realidade permite uma avaliação exata de nós mesmos e do mundo exterior. Aceitar a realidade significa criar objetivos possíveis, compromissos e maneiras de substituir nossos desejos infantis, tornando-nos assim adultos saudáveis, e, como adultos saudáveis aceitarmos as nossas limitações e as falhas do mundo:
- Como adultos saudáveis, podemos abandonar e sermos abandonados,
- Como adultos saudáveis, podemos com segurança sobrevivermos sozinhos,
- Como adultos saudáveis, somos capazes de compromissos, e intimidades, e, ao mesmo tempo sozinhos,
- Como adultos saudáveis sentimos nosso Eu digno de ser amado, valioso e genuíno,
- Como adultos saudáveis sabemos que a realidade não pode nos oferecer segurança perfeita, amor incondicional ou controle absoluto,
- Como adultos saudáveis compreendemos nos relacionamentos de amigos, cônjuges, progenitores, a natureza limitada de todos os relacionamentos humanos.
Quando deixarmos de exigir demais das pessoas que amamos ou de nós mesmos, teremos aprendido que a vida é um sonho sob controle e que a realidade é feita de conexões imperfeitas. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Regressar é reunir dois lados

Em verdade as suas memórias não são você, o que nós buscamos no que você se lembra é o que você, ao 
dizê-lo, se esquece. O seu passado somente nos interessa porque ao retratá-lo você usa as cores de sua ilusão, do seu medo de se ver vivo no presente e, portanto, responsável por si mesmo.
Ao investigarmos como foram seus pais e seus irmãos, queremos entender o cenário que você montou para viver sua ilusão. Ao nos debruçarmos sobre a criança que você foi, queremos redescobrir o adulto que você nega ser.
Você ainda não sabe, mas as suas dores não são suas. Seu em verdade é esse momento presente, o prazer que você se permite sentir. Seu é esse eterno agora. Aqui, falando comigo.
( Débora Damasceno - www.ossentidosdoprazer.blogspot.com)

domingo, 11 de setembro de 2011

Psicanálise

Sigmund Freud não a planejou no seu ideal, ele era um observador do ser humano. E através do atendimento aos seus pacientes foi anotando e escrevendo sua teoria. Entre erros e acertos, indo e voltando, observando sempre e sempre Freud criou a Psicanálise, cujo tratamento consiste na cura do sofrimento da alma humana.
Para isso, busca tirar o adulto da sua condição infantil, através da fala, pautado na exploração do inconsciente, com a ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte do psicanalista.
Toda neurose em um adulto é construida sobre uma neurose que ocorreu em sua infância.Mas, se você permitir, a Psicanálise poderá transformar a sua vida, ajudando-o a encontrar a maturidade, com todos os seus prazeres e responsabilidades.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Enfermidades da alma

As enfermidades da alma são terríveis.
Por serem secretas são as tormentas, as fúrias, o fogo e a paixão. Há sentimentos que não se podem controlar nascidos das partes subterrâneas da alma, e esses sentimentos vindos de tal lugar tornam velha a alma. Decrépita.
O amor quando parece vir dessas partes passa a se chamar cobiça, avidez, ambição desmedida.
Quando reina a paixão, tomamos por nosso algo que a outro pertence, e, se não podemos ter esse algo, o retemos, o impedimos ao acesso do outro, o agarramos com os dentes. E o que é nosso, verdadeiramente, aquilo que nos pertence e faz parte de nós, deixamos escapar por tédio.

sábado, 20 de agosto de 2011

Não Acredite!

Não Acredite! Não Acredite na propaganda.
Não Acredite nas notícias que chegam pelos jornais.
Não Acredite na informação mais honesta, transmitida pela pessoa mais sincera, pois até essa sofreu distorção.
Não Acredite em mim e não Acredite no que se fala contra mim.
Porque todas as "verdades" são relativas a uma ótica particular, dependendo do observador.
Todas as afirmações aureoladas como verdades, sofreram distorções de cultura, neuroses e interesses dos que a aceitam como reais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reflexão I

"Só em seu próprio interior vive aquela outra realidade porque anseia. Nada lhe posso dar que não exista em você mesmo, não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu ajudarei a tornar visível seu próprio mundo", Hermann Hesse.