quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Com-Pulsão" por Compras

O que leva milhões de pessoas ao ato de fazer compras se tornar um vício com tantas consequências? Por que homens e mulheres não conseguem se controlar e acabam extrapolando seus gastos em compras, estourando o limite do cartão de crédito, levando a si próprio a às vezes sua família à ruína fincanceira.
Para Freud a pulsão é inerente ao ser humano, é uma força cujo impacto não cessa de acontecer, exigindo uma satisfação imediata, não importando como. Existem dois tipos de Pulsão: "Pulsão de Vida", que leva à preservação, e "Pulsão de Morte", que leva à destruição. Essas pulsões são paralelas durante a vida, existindo um limite para que fiquem dentro da normalidade.
A busca pela satisfação compulsiva será feita sempre através da repetição. Um bom exemplo é a compulsão por compras, quando o indivíduo busca objetos substitutos, não importando o material em si, mas sim o ato de satisfação da busca.
A pessoa compulsiva não consegue entender o que acontece com ela que diante de grande angústia e ansiedade precisa sair, comprar coisas, e somente assim consegue apaziguar os sintomas. Para em seguida se arrepender, prometendo que não fará mais. Porém diante de outra situação de angústia, a situação se repete, ela se sente culpada e se pune, repetindo novamente o ciclo da compulsão. Os comportamentos compulsivos buscam alívio de tensões emocionais, geram desconforto seguido de forte angústia.
No entanto, a compulsão não se restringe somente ao ato de comprar, pode ser também voltada para bebidas, drogas, jogos, relacionamentos afetivos, sexuais, etc. É algo mais forte que a vontade do indivíduo, está associada à descarga de tensão, de dor, e não pode ser confundida com desejo, pois a compulsão exige urgência, imediatismo, quando no desejo, a pessoa aguarda  o momento mais adequado para realizá-lo.
Por isso, cada um deve descobrir o que tanto busca. No processo de investigação da mente, no atendimento psicanalítico, ocorre a elaboração psíquica, permitindo que a pessoa experimente o impacto emocional de uma situação traumática e o transforme em processos psíquicos capazes de serem imaginados, pensados e verbalizados. Assim, podemos recordar em vez de repetir.